Inclusão ganha força na 4ª edição dos Jogos Escolares da Rede Municipal
Modalidades paralímpicas reúnem 85 alunos com deficiência de diferentes escolas da capital
Por Marcus Miranda
há 2 horas - Última atualização há 1 hora
A 4ª edição dos Jogos Escolares da Rede Municipal tem reforçado o esporte como ferramenta de inclusão. Este ano, o evento reúne 85 alunos com deficiência, que participam das disputas de bocha adaptada — com e sem cadeira de rodas — e atletismo com corrida guiada, voltada para estudantes com deficiência visual.
No total, 3.772 alunos de 40 escolas participam dos jogos, que encerram neste sábado, dia 15, com premiação nas modalidades coletivas, individuais e paralímpicas. O número representa um crescimento de 774 estudantes em relação à edição anterior.
Participação que cresce e fortalece políticas inclusivas
A oferta das modalidades paralímpicas, ampliada nos últimos anos, tem estimulado a participação de estudantes com diferentes perfis e especificidades. As escolas têm intensificado o trabalho de incentivo e preparação dos alunos, promovendo integração e desenvolvendo habilidades motoras, cognitivas e sociais.
Na bocha, modalidade que vem ganhando mais adesão na rede municipal, a aluna Maria Luiza, de 11 anos, da Escola Juslany de Souza Flores, participa pela segunda vez. “É muito bom competir. Estou confiante e acho que vou ganhar”, afirmou.
A mãe, Carmelita Borges, ressalta a evolução da filha. “Ela está com mais autoestima e confiança. Acho isso maravilhoso! Ano passado também acompanhei, dando o apoio necessário. Fico muito orgulhosa dela”, disse.
O professor de Educação Física, John Silva, conta que percebeu o potencial de Maria durante as aulas. Ele relata que, mesmo com limitações, a estudante demonstrava facilidade nas atividades esportivas — e até treinava em casa de maneira improvisada.
“Descobri que ela praticava bocha usando pedras. Ela organizava as maiores como alvo e aproximava as menores, como se fossem as bolas oficiais. Isso mostra iniciativa, criatividade e uma vontade enorme de evoluir. O interesse dela chamou atenção e decidimos investir nos treinos”, relatou.
Para o professor, o impacto da participação vai muito além do esporte. “Essas experiências ajudam as crianças a lidarem com ansiedade, pressão e desafios. A Maria já chegou a um segundo lugar no ano passado e vem aprendendo a transformar isso em maturidade. Isso reflete nos estudos e na vida. O esporte tem essa força”, pontuou.
Histórias de continuidade e vínculo com o esporte
Yane Vitória, 11 anos, da Escola Cantinho Feliz, participa pela terceira vez da competição. Ela compete na bocha, mas também demonstra interesse por outras modalidades.
“Eu adoro os jogos porque posso interagir com os amigos e praticar esporte. Eu também gosto de vôlei, futebol e pular corda. Educação Física e Matemática são minhas matérias preferidas”, falou.
Cuidadores fortalecem autonomia dos estudantes
Para alunos que necessitam de apoio, o papel das equipes de cuidadores é fundamental. Rosilene Rodrigues, que atua na Escola Menino Jesus de Praga, acompanhou a aluna Ella Catarina, cadeirante.
“As modalidades adaptadas são muito importantes. As crianças se sentem incluídas, participam com alegria e desenvolvem mais autonomia. A interação com colegas acontece naturalmente e isso fortalece a inclusão no dia a dia”, reforçou a cuidadora.
Encerramento – As competições seguem até sábado, 15, na Vila Olímpica Roberto Marinho. A premiação contemplará as modalidades tradicionais, recreativas e paralímpicas, reforçando o compromisso da rede municipal com uma escola que valoriza o esporte, a inclusão e o desenvolvimento dos estudantes.