Base que sustenta tradições, alimenta futuros e fortalece a autonomia dos povos originários, a agricultura familiar, ao longo dos anos, se tornou indispensável nas comunidades indígenas da capital. Diante do impacto positivo no desenvolvimento dessas regiões, a Prefeitura de Boa Vista investe de forma estratégica no fortalecimento da produção no campo.
Com projetos como o Moro-Morí, que incentiva a piscicultura, implantação de sistema de irrigação fotovoltaica nas lavouras, assistência técnica especializada e disponibilização de máquinas e implementos, a gestão promove segurança alimentar, desenvolvimento econômico e respeito às tradições. O prefeito Arthur Henrique destaca que essas iniciativas melhoram a qualidade de vida nas comunidades indígenas e fortalecem a autonomia produtiva das famílias.
“Temos um compromisso com o desenvolvimento sustentável e o respeito às tradições dos povos indígenas de Boa Vista. Investimos na agricultura familiar das comunidades porque sabemos que ela é a base da alimentação que vai para a mesa das famílias, gerando renda aos produtores. Com acesso a insumos e assistência técnica fortalecemos cada vez mais os trabalhadores do campo”, disse.
Investimento nas famílias
Ao todo, 26 sistemas de irrigação fotovoltaica foram implantados pela atual gestão em 16 comunidades indígenas, beneficiando algumas delas com até três sistemas. Produtor rural e tuxaua da comunidade Vista Nova, localizada na região do Baixo São Marcos, Atenisson de Oliveira trabalha há 6 anos com a lavoura de abóbora, maxixe, feijão, macaxeira, mandioca e melancia.
“A prefeitura tem dado um suporte muito grande na agricultura familiar das comunidades indígenas. Sou produtor de melancia e essa cultura precisa de muita água para desenvolvimento. Com o projeto da fotovoltaica, a gente consegue plantar uma área maior e, consequentemente, aumentar o faturamento da nossa família. Sem o sistema de irrigação, as coisas seriam mais difíceis, pois a água é essencial para a produção”, disse.
Desde 2021, quase R$ 6 milhões foram investidos na agricultura familiar indígena em insumos, bovinos, aves, peixes, rações, máquinas, implementos, barco, motor de popa, motobombas, motosserra, perfurador de solo, roçadeiras, motocicleta, dentre outros. Há 6 anos, Gilberto Gama trabalha com a família, na comunidade Vista Nova e tem recebido o apoio da prefeitura para produzir melancia, melão, feijão, abóbora, mandioca e macaxeira.
“A gente é atendido com máquinas para fazer adubação, plantio, escavação de tanques e assistência técnica. Sem a ajuda da prefeitura, a gente não conseguiria ter essa resposta rápida na produção que temos hoje. O auxílio vai da preparação do solo até a colheita. Recentemente, a gente foi contemplado com o Programa de Microcrédito Empreendedor Rural e fizemos um empréstimo no valor de R$ 20 mil para investir no nosso trabalho”, contou.
Presente em todos os momentos
O apoio às comunidades indígenas ocorre em todos os momentos. Há três anos, Rachel Maysa, moradora e produtora da comunidade Vista Nova, vivia o sonho de ser mãe quando passou por uma tragédia no sítio da família: o fogo descontrolado invadiu a lavoura e queimou toda a produção, resultando em prejuízos incalculáveis.
“Meu filho era recém-nascido quando tudo aconteceu. Eu estava com o Kaio Miguel [filho] nos braços e vi o fogo chegando de uma vez e varrendo tudo o que tinha pela frente. Perdemos tudo. Foi a prefeitura que nos ajudou a recomeçar e conseguir a nossa renda de novo. Primeiro, a gente recebeu um hectare de milho e a partir desse plantio que retomamos nosso trabalho. Sem contar o apoio pessoal que recebemos dos técnicos que sempre estão em contato com a gente e foram solidários”, contou.