Assistência Social

AGOSTO LILÁS - Campanha chega às comunidades indígenas e zona rural de Boa Vista

Com ações de combate à violência contra a mulher, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Semads) ampliou o alcance da campanha para atender toda a população

Por Ráyra Fernandes

há 8 horas - Última atualização há 8 horas

A Prefeitura de Boa Vista, por meio da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Semads), ampliou o alcance da campanha "Agosto Lilás" levando ações de conscientização sobre o fim da violência contra a mulher a Comunidade Indígena Serra da Moça, nesta sexta-feira, 15.

Instituições da rede de proteção, como o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Patrulha Maria da Penha, Tribunal de Justiça de Roraima e Agência Municipal de Empreendedorismo (AME), se uniram na programação que reuniu jovens e adultos.

 

A programação permite conhecer a cultura e as tradições das comunidades. Os convidados dançaram o Parixara

 

Segundo a gerente do Creas Centro, Ana Gabriela Bento, o diferencial da campanha é justamente a descentralização. As atividades acontecem dentro das comunidades, respeitando as características culturais de cada local e promovendo um ambiente seguro de troca de experiências e apoio.

 

Ana Gabriela Bento, gerente do Creas Centro

 

“As atividades foram pensadas para aproximar os serviços da população, que muitas vezes tem dificuldade de acessar a rede de proteção. Sabemos que muitos têm menos acesso à informação. Então, trazemos nossa equipe e parceiros para reforçarmos os canais de denúncia e promover a prevenção, além de incentivar o empreendedorismo feminino", destacou.

 

Atividades foram pensadas para aproximar os serviços e informações da população

 

A AME BV apresentou um pouco sobre as linhas de créditos, especialmente as destinadas às mulheres, como um incentivo à independência financeira. Atualmente, a agência valoriza todos os perfis de empreendedores da capital. Desde sua criação, em 2022, já beneficiou 1.931 empreendedores, com investimentos que somam R$ 7,5 milhões.

 

AME BV apresentou as linhas de créditos oferecidas pela agência


 

Rede fortalecida

Esta é a terceira vez que a Prefeitura de Boa Vista promove esse encontro entre as instituições e a comunidade. “Queremos reforçar esse assunto para o nosso povo e contamos com essa rede apoio para conseguirmos orientar e combater a violência contra a mulher”, ressaltou Alexsandro Carlos das Chagas, Tuxaua da comunidade.

Informação, acolhimento e apoio na prática

 

Segundo a juíza Suelen Alves, coordenadora da 2ª Vara de Violência Doméstica, o objetivo é promover uma cultura de paz e respeito 

 

Também ocorreram palestras educativas e atendimentos especializados. Segundo a juíza Suelen Alves, coordenadora da 2ª Vara de Violência Doméstica, as estatísticas mostram que esse é um problema que afeta não só as mulheres, como toda a família e, consequentemente, a comunidade.

“Entendemos que uma família livre de violência contribui para uma comunidade mais segura e harmoniosa. O nosso objetivo é promover uma cultura de paz, respeito e não-violência entre todos, homens e mulheres, para garantir um convívio saudável, especialmente entre crianças e jovens nas escolas e nos lares”, explicou.

 

Equipe da Patrulha Maria da Penha destacou os tipos de violência

 

Jessyka Pereira, coordenadora da Patrulha Maria da Penha, destacou os tipos de violência com exemplos práticos. “No ano passado, tivemos oito denúncias realizadas após uma ação como essa da prefeitura. Isso mostra que as mulheres realmente precisam de acesso à informação. Acreditamos que essa iniciativa continuará gerando bons frutos”, relatou.

 Informação pode transformar vidas

A jovem H.S., de 17 anos, foi vítima de violência dentro de casa e, por medo, permaneceu em silêncio por muito tempo. “Quando conheci a Lei Maria da Penha, entendi que eu tinha direitos e proteção. Hoje, com uma medida protetiva, me sinto mais segura. Pretendo compartilhar o que aprendi com outras mulheres”, contou.

Atendimento individualizado

 

População indígena conheceu os serviços oferecidos na Sala Lilás, mas também recebeu atendimento especializado individual



A técnica de referência da Sala Lilás, Nilvana Marques, que também é assistente social, apresentou à população indígena os serviços oferecidos no espaço e também fez atendimentos individuais no local. “Queremos que toda mulher saiba que existe uma rede pronta para acolhê-la. E isso inclui ir até onde elas estão, ouvir suas histórias e garantir o acesso à informação e aos serviços, para que possam romper o ciclo de violência”, afirmou Nilvana.

 

Instituições da rede de proteção se uniram na programação que reuniu jovens e adultos