1° Infância

Comitiva da Fundação Van Leer conhece políticas públicas da 1ª Infância nas comunidades indígenas de Boa Vista

Vista Nova é uma das comunidades indígenas atendidas pelo CRAS Itinerante da prefeitura, que conta com 2.508 cadastros

Por Bruna Norales

18/10/2024 - Última atualização 18/10/2024

Dança parixara de boas-vindas, café da manhã e conversas com conexões culturais. Assim começou a visita da Comitiva da Fundação Van Leer à Comunidade Indígena Vista Nova, no Baixo São Marcos, nesta quinta-feira, 17. A representante global da organização, Rushda Majeed, fez questão de conhecer de perto os serviços da Prefeitura de Boa Vista voltados à política publica da Primeira Infância na região.

Com a descentralização do Família Que Acolhe (FQA) para os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e a parceria entre as secretarias municipais de Gestão Social (SEMGES) e Projetos Especiais (SMPE), as comunidades indígenas e rurais do município passaram a ser atendidas pelo CRAS Itinerante com os serviços do FQA, cadastro único, Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, entre outros. O trabalho desenvolvido no local encantou os visitantes.

Os bebês acompanhados pelo FQA encantaram a todos

“Foi especial a recepção da comunidade e o convite para a Festa do Peixe. É interessante ver como os serviços são organizados e notar que, apesar dos desafios , ainda é possível chegar nas populações vulneráveis. Temos muitos espaços na fundação destinados a compartilhar conhecimentos. Boa Vista sempre é mencionada nesse grupo de discussão. Compartilhamos para outros países as experiências que estão dando certo”, contou Rushda.

A comitiva foi recebida pelas crianças indígenas com dança parixara

A gestora da Escola Municipal Indígena Clementino dos Santos, Eliana Souza, contou que as crianças ficaram ansiosas para fazerem uma apresentação cultural para os visitantes. “Receber uma visita internacional ainda é novo para nós, mas muito gratificante também. Compartilhar nossa cultura é algo que nos deixa felizes. A dança parixara é um ritual do nosso povo”, relatou.

Para um futuro próspero, o primeiro passo é a inclusão social

Com os serviços itinerantes do FQA, os vínculos familiares e comunitários são fortalecidos. Isso beneficia as comunidades não apenas neste momento, pois é um investimento social para os dias e anos que ainda virão. A secretária municipal de Projetos Especiais, Andréia Neres, destacou que todo esse cuidado iniciado ainda na gestão da ex-prefeita Teresa Surita, reflete diretamente nas crianças, que uma vez bem desenvolvidas têm mais chances de acesso a um futuro próspero e com oportunidades. Um trabalho importante que o prefeito Arthur Henrique fez questão de dar continuidade e ampliar os serviços.

O FQA visita beneficiárias da área rural mensalmente

“Garantir os cuidados essenciais durante a Primeira Infância é uma prioridade para a nossa gestão. Chegar com esse cuidado e atenção nas comunidades da área rural é uma missão que abraçamos com dedicação e respeito. O FQA leva serviços de saúde e educação familiar para as comunidades indígenas sempre tentando considerar suas especificidades culturais e promovendo um diálogo aberto e inclusivo”, disse Andréia.

A Família Mafra mora na Comunidade Vista Nova

Elaine Mafra, de 28 anos, é da etnia indígena Macuxi e moradora da Comunidade Vista Nova. A beneficiária do FQA é mãe de quatro meninas, a Agatha, Yohana, Lilian e a pequena Ursula, de apenas 8 meses. Para ela, ter o acompanhamento do programa é um aprendizado.

“Os profissionais nos visitam todo mês e é muito bom para o desenvolvimento das crianças da comunidade. Aprendemos muitas coisas e também repassamos nossos conhecimentos. Participamos de palestras diferentes sobre amamentação, desenvolvimento dos bebês e recebemos várias dicas”, contou Elaine.

Boa Vista é referência mundial quando o assunto é Primeira Infância

A comitiva também foi até o Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA) para visitar a classe hospitalar e a ala dos indígenas. Em Roraima, o HCSA é a única unidade de saúde de média e alta complexidade para crianças de 28 dias a 12 anos. Sem dúvidas, as visitantes se despedem da capital com uma “bagagem a mais”: aprendizado, admiração e empatia.

Na Jordânia, programas e serviços para a Primeira Infância tiveram Boa Vista como referência, segundo representante brasileira da Fundação Van Leer

“Compartilhamos o valor de tentar não deixar ninguém para trás e essas visitas são fundamentais para o nosso aprendizado. No começo do ano, tivemos a Comitiva da Jordânia, com 11 pessoas que vieram para conhecer as ações de Primeira Infância em Boa Vista e estudar uma forma de replicar. E isso já está acontecendo em serviços e programas no país”, afirmou a representante do Brasil na Fundação Van Leer, Claudia Vidigal.