Meio Ambiente

Mais que um lazer, Bosque dos Papagaios também é espaço de estudo e preservação ambiental

Estudantes do IFRR investigaram a biodiversidade do parque e estudaram os macrofungos, organismos essenciais para a decomposição da matéria orgânica e reciclagem de nutrientes

Por Bruna Norales

há 21 horas

Devido às mudanças climáticas, que decorrem das atividades exploratórias dos seres humanos na natureza e resultam em fenômenos ambientais, a Amazônia enfrenta um grande risco de perda da biodiversidade. Por isso, lugares como o Parque Ecológico Bosque dos Papagaios, da Prefeitura de Boa Vista, são importantes para a preservação da natureza e para promover a Educação Ambiental. Além de ser um ótimo local para passeios ao ar livre.

O bosque também é espaço de estudo e preservação ambiental

Prova da importância do lugar, estudantes do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR) analisaram alguns fungos encontrados no parque. Isis Moreira e Martinho Souza, de 22 e 23 anos, estão no 8º semestre do curso e foram orientados pela professora da disciplina de Micologia, Gisely Moraes (confira o resultado do estudo aqui).

"Não precisamos ir tão longe da nossa casa para ver coisas muito interessantes. Tanto para a ciência, quanto para o lazer", disse Gisely

“Decidimos analisar a diferença fúngica do Estado, e para isso, logo lembramos do Bosque dos Papagaios, que é um lugar cheio de biodiversidade. Para a nossa surpresa, achamos fungos raros na nossa região, geralmente encontrados no sul do Brasil. Não precisamos ir tão longe da nossa casa para ver coisas muito interessantes. Tanto para a ciência, quanto para o lazer”, disse Gisely.

Necessários para o ciclo da vida no Bosque dos Papagaios

Existem diversos grupos e espécies de fungos, mas os escolhidos para a pesquisa foram os macrofungos. São aqueles com estruturas reprodutoras visíveis a olho nu. Eles ajudam a reter nutrientes, melhoram a estrutura do solo e facilitam o reflorestamento por meio da micorrização, processo em que as micorrizas (junções entre fungos e raízes) absorvem nutrientes do solo e os transmitem às plantas.

Existem diversos grupos e espécies de fungos, sendo eles necessários para o ciclo da vida

“Quando encontramos esses fungos em algum lugar, isso indica uma boa ciclagem de nutrientes e uma decomposição eficiente da matéria orgânica, pois eles são indicadores importantes da saúde ambiental. Preservar esses locais e reconhecer a importância dos macrofungos é essencial, pois eles desempenham um papel vital no equilíbrio do ecossistema”, contou o aluno Martinho.

Espaço de aprendizado e conexão com a natureza

Como apontado pela professora Gisely, o parque é uma opção para os munícipes aprenderem sobre preservação ambiental. Com uma vegetação diversificada, animais silvestres e profissionais capacitados, fazer uma visita ao local vai além de apenas apreciar a natureza. A purificação do ar muda e o calor diminui, como uma verdadeira imersão aos impactos positivos da proteção ao meio ambiente.

"O bosque é uma forma de socializar e educar sobre o que é preservar o meio ambiente", acrescentou Isis

“Essa disciplina nos despertou muita curiosidade e o próprio parque também. Vejo que as crianças gostam de visitar para brincar e aprender. Isso é ótimo, pois o bosque é uma forma de socializar e educar sobre o que é preservar o meio ambiente. No nosso trabalho, procuramos facilitar a informação, mas ainda garantir que esteja correta. Foi enriquecedor”, acrescentou a aluna Isis.

BOSQUE DOS PAPAGAIOS – De terça a sexta-feira, funciona das 8h às 18h. Nos fins de semana, fica aberto das 8h às 12h e das 14h às 18h. Às segundas-feiras, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA) faz a manutenção do local. Em feriados e pontos facultativos, o parque não funciona.

Vale ressaltar que no local não é permitido ingressar com animais domésticos, alimentar os animais, entrar com bebida alcoólica, consumir alimentos nas trilhas, fumar e descartar resíduos de forma irregular.