Cultura

Com apoio da prefeitura, Festejo do Peixe mantém viva a tradição e a cultura dos povos indígenas do baixo São Marcos

Evento é uma oportunidade de vivenciar a cultura indígena

Por Ráyra Fernandes

há 9 horas - Última atualização há 9 horas

A comunidade indígena Vista Nova, no Baixo São Marcos, se transformou no centro das comemorações do Festejo do Peixe deste ano. Com o apoio da Prefeitura de Boa Vista, o evento que iniciou no dia 12 e segue até o dia 16, possibilita que moradores e visitantes tenham a oportunidade de vivenciar a cultura indígena em sua essência e de celebrar junto com a beleza, a força e a continuidade das tradições.

Nesta quinta-feira, 14, o Prefeito Arthur Henrique, secretários municipais e convidados, prestigiaram a 11ª edição do evento e destacou a importância dos investimentos feitos na área indígena que geram resultamos positivos, que impactam na vida dos moradores, assim como o tradicional Festejo do Peixe.

Prefeito Arthur Henrique, secretários municipais e convidados participaram do evento

“Estamos celebrando umas das principais atividades desenvolvidas aqui na região. A gestão apoia as comunidades nos setores da agricultura, cultura, educação, dentre outros. Não poderíamos faltar nessa grande festa que mostra o resultado desse trabalho”, disse Arthur.

O evento que reúne moradores, alunos e professores de 13 comunidades indígenas, já faz parte do calendário cultural do município. “Aqui temos um intercâmbio de cultura, além de aprendizado e aproximação. A participação da prefeitura é muito importante porque ela nos dá todo suporte que precisamos para o festejo acontecer”, explicou o Tuxaua da Comunidade Vista Nova, Atenison Oliveira.

Projeto BV 128

Nesta comunidade está localizada a Escola Municipal Clemente dos Santos, formada por alunos das etnias Macuxi, Wapixana e não indígenas. Ela é uma das unidades que trabalhou o projeto BV 128. Uma ferramenta tecnológica desenvolvida para ensinar de forma interativa e dinâmica a história de Boa Vista.

Para mais de 100 estudantes de escolas indígenas e do campo, o dia foi especial. Hoje eles receberam seus certificados. “Todos usaram os óculos de realidade virtual aumentada e interagiram de forma prática com a ferramenta do mesmo modo que ocorre na cidade”, explicou a secretária de Educação e Cultura, Consuelo Sales.

100 estudantes de escolas indígenas e do campo receberam certificado do projeto BV 128

Tayla Mel Pena, de 9 anos, da Escola Municipal Francisca Gomes da Silva, teve a oportunidade de conhecer virtualmente a história da cidade. “Eu fiz um passeio pelas fazendas São Marcos e Boa Vista, ainda conheci o Forte São Joaquim. Foi muito legal! Agora recebi o certificado”, comemorou.

Alunos e professores também fizeram uma exposição de maquetes e cartazes destacando pontos turísticos da capital. O evento ainda é palco para artesãos da região que expõem e comercializam peças únicas de artesanato, feitas com técnicas tradicionais que perpetuam a história e a arte do Baixo São Marcos.

Evento é palco para artesãos da região que expõem e comercializam peças únicas de artesanato

Um Espetáculo de Habilidade

Neste período, também acontecem os Jogos Escolares do Baixo São Marcos. Com mais de 300 alunos da rede municipal competindo em categorias que vão do infantil ao adulto, nas modalidades masculina e feminina.

Mais de 300 alunos da rede municipal participam dos Jogos Escolares do Baixo São Marcos

Os jogos são um momento de integração e incentivo à prática esportiva. As competições incluem futebol, arco e flecha, cabo de guerra e o concurso da melhor Damurida, trazendo um toque de sabor e tradição aos desafios esportivos.

As competições incluem futebol, arco e flecha, cabo de guerra e o concurso da melhor Damurida

Fortalecendo a Piscicultura Indígena

Além da festa e dos jogos, o evento destaca um importante projeto de desenvolvimento sustentável para as comunidades indígenas: o Projeto Moro-Mori que incentiva a prática da piscicultura e traz melhorias econômicas e nutricionais para os povos locais.

Implantado pela gestão municipal, o projeto já escavou tanques em 11 comunidades e oferece capacitação e assistência técnica às famílias, além de fornecer alevinos, ração e equipamentos como redes, balanças e motores-bomba.

Projeto Moro-Mori incentiva a prática da piscicultura e traz melhorias econômicas para os povos locais

Até o momento, quatro comunidades — Serra da Moça, Darôra, Campo Alegre e Ilha — já fizeram despescas, contabilizando mais de 8 toneladas de peixe. A expectativa é de que todas as comunidades do Baixo São Marcos contem com tanques de piscicultura até junho de 2025, ampliando ainda mais o alcance do projeto e consolidando a segurança alimentar e a geração de renda na região.

“Neste encontro de tradições, a SMAAI reforça o compromisso da prefeitura com as comunidades com suas raízes culturais e com um futuro de prosperidade e autossuficiência”, destacou o secretário Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas, Guilherme Adjuto.