O Dia de Finados é uma data carregada de significado para muitos brasileiros. Neste sábado, 2, centenas de famílias foram ao Cemitério Nossa Senhora da Conceição para homenagear seus entes queridos que já se foram, levando flores, orações e revivendo boas lembranças.
Essa tradição, que mistura fé e afeto, é um ato solene onde se reverencia a memória daqueles que partiram, além de fortalecer os laços familiares. O autônomo Raimundo Mendes Moreira segue firme com esses valores nos últimos dez anos, em memória de seu pai, avós e padrinho falecidos.
“Isso é algo que venho fazendo todos os anos no cemitério Nossa Senhora da Conceição e no Campo da Saudade. É muito importante mantermos viva a memória deles. É algo que busco incentivar meus filhos a também terem essa tradição. Pois um dia todos partiremos daqui e a memória do que fomos deve estar sempre viva”, disse.
O Padre Deivith Zanioli, da Paróquia São Mateus, rezou uma das seis missas que estavam programadas para este sábado no cemitério municipal. Segundo o sacerdote, celebrar o Dia de Finados é celebrar a vida, pois na visão cristã, a morte não é o fim de tudo.
“Como Cristo venceu a morte, nós acreditamos que um dia vamos vencer a morte. Essa passagem é apenas algo temporário. A gente vai nos encontrar pessoalmente com Cristo, com os nossos entes queridos, mas um dia vamos ressurgir com Ele”, comentou o pároco.
Um importante significado
Na área externa do cemitério, 28 barracas organizadas pela prefeitura por meio da Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur), foram as responsáveis por colaborar com as famílias em seu ato solene em prol dos que partiram desta vida. Flores, velas, arranjos, entre outros itens foram comercializados para garantir uma singela homenagem.
A artesã Elzanides Alves dos Reis tem 75 anos e há 65 atua nesse ramo. A maioria dos produtos da sua barraca foi feito por ela própria, que começou ainda criança, aos dez anos, ajudando a mãe. Hoje, conta com a ajuda da filha e da neta, o que para ela tem um grande significado para as famílias nessa data tão especial para as famílias.
“Eu ajudava minha mãe, quanto era criança. A minha filha mais velha me ajudou quando era menina. Eu atava a rede dela aqui perto. E hoje ela me ajuda com a minha neta. Fico feliz em fazer parte da vida das pessoas. Cada produto que compram representa um conforto para elas. É como se fosse um presente à lembrança dos parentes que se foram. É uma tradição. A gente vê que muitas famílias têm esse momento como de grande respeito”.