Uma pesquisa divulgada pelo Observatório do Crack revelou que o índice de consumo do entorpecente em Boa Vista é baixo. O estudo apresentou um raio -x da circulação de droga no Brasil e mostrou que tanto em relação aos outros municípios do estado, como em relação as demais cidades brasileiras, Boa Vista aparece como exemplo. A pesquisa considerou que a capital possui políticas públicas voltadas à prevenção e ao enfrentamento do uso do crack e outras drogas.
A prefeita Teresa Surita avalia que o resultado positivo deve-se ao envolvimento de várias áreas da gestão municipal. “É importante analisar a estrutura familiar e social para não tratarmos o problema isoladamente, mas saber o motivo que levou a pessoa a utilizar a droga e assim propor estímulos para evitar e até mesmo resgatá-la das dependências”.
De acordo com o secretário de Gestão Social, Moacir Collini, esses estímulos podem partir de uma oficina de artes plásticas ou até mesmo da prática esportiva. “Projetos que visam à inclusão social e promovem qualidade de vida, como o Crescer e o Esporte Noite Adentro, evitam o consumo não só do crack mas de outras drogas ilícitas”.
Além do trabalho de prevenção, a educação é uma das fórmulas para que no futuro Boa Vista continue com índices cada vez menores. Segundo o secretário de Segurança Urbana e Trânsito, Gerson Moreno, os guardas municipais conversam constantemente com crianças e adolescentes sobre o tema, mostrando o caminho longe da criminalidade.
“A educação é uma das ferramentas que utilizamos neste trabalho de enfrentamento contra as drogas. Os investimentos por parte da gestão, como o aumento do efetivo da Guarda Municipal e instalação de câmeras nas praças garantem uma segurança de qualidade e redução do consumo de entorpecentes. Este resultado só é possível graças ao trabalho em conjunto das secretarias municipais”, destacou Gerson.
Consequências - O crack tem um efeito quase que instantâneo, chegando ao cérebro em 8 a 12 segundos, provocando intensa euforia e autoconfiança. As primeiras sensações são de bem-estar, um estalo, um relâmpago. A pequena duração do efeito do crack faz com que o usuário utilize com mais frequência, o que leva à dependência em pouco tempo, destruindo a personalidade e causando um enorme desgaste psicológico.
Comparando a velocidade do efeito do crack, ao ser cheirada a cocaína em pó leva de 10 a 15 minutos para começar a fazer efeito, diferente do crack. Nos primeiros sinais da dependência, o usuário apresenta mudança de hábito, comportamento e oscilação de humor, e perde peso rapidamente devido à redução de apetite causado pela droga.
Principais consequências do uso do crack são: doenças pulmonares, algumas doenças psiquiátricas, como psicose, paranoia, alucinação, além de doenças cardíacas. A consequência mais notória é a agressão ao sistema neurológico, provocando oscilação de humor e problemas cognitivos, ou seja, na mameira como o cérebro percebe, aprende, pensa e recorda as informações. Isso leva o usuário a apresentar dificuldades de raciocínio, memorização e concentração.
O Observatório – Criado em 2010 para atender às demandas municipais, o Observatório do Crack é uma iniciativa da Confederação Nacional de Municípios que tem como objetivo disponibilizar informações sobre a circulação e o consumo de drogas no Brasil. O acesso facilitado a estas informações embasará estudos, pesquisas, e avaliação, melhorando o planejamento e a tomada de decisão dos gestores locais, estaduais e nacionais.