Alunos da comunidade indígena Três Corações, município do Amajari, visitam o Bosque dos Papagaios

Eles vivem bem próximos da natureza, mas ficaram encantados ao conhecer a flora e a fauna do Parque Ecológico Bosque dos Papagaios. Os 21 alunos da Escola Princesa Isabel, da comunidade indígena Três Corações, no município do Amajari, percorreram 100 quilômetros de ônibus para conhecer um dos principais atrativos naturais de Boa Vista.

A visita ao bosque começou com uma palestra sobre conservação ambiental. De Olhos e ouvidos atentos, os estudantes com idade entre 6 e 10 anos aprenderam sobre a  importância de cuidar da natureza e sobre os prejuízos que o lixo pode causar ao meio ambiente. “Eu aprendi que a gente tem que separar o lixo, não pode jogar nos rios e nem nos igarapés para não ficarem poluídos”, disse Estefane de Oliveira da Silva,10.

Da teoria para a prática. Depois da palestra, os estudantes fizeram a trilha ecológica, conheceram as espécies de árvores e a importância delas para o equilíbrio do meio ambiente. A visita ao bosque teve até trilha sonora: os hinos do município do Amajari e do Estado de Roraima, cantados pelos estudantes na língua macuxi, etnia predominante na comunidade. Depois, os sons ficaram por conta das araras e dos papagaios.

Os animais silvestres do Mantenedouro atraíram a atenção da garotada que ficou encantada com a marianinha de cabeça preta e as aves coloridas que vivem no local. Mas, a Fernanda Alves Morais, 9, se divertiu mesmo foi com a cutia. “Ela é engraçada”, contou. Para a maioria dos estudantes, foi a oportunidade de chegar perto de animais que eles nunca tinham visto. Para o Tauã Eduardo Marques, 5, o encantamento veio acompanhado de uma importante lição. “A gente não pode maltratar os animais, porque eles podem morrer e isso não é bom” alertou.

E não foram só as crianças que se divertiram no bosque. Os adultos também aproveitaram a visita. “Eu já estou nessa idade, mas eu estou conhecendo muitas coisas aqui. Eu continuo aprendendo a importância de preservar a natureza, os animais, as caças, os peixes... pra não acabar”,  conta Helena da Silva, de 64 anos.

A escola Princesa Isabel já desenvolve um projeto voltado à preservação do meio ambiente. Mas para a diretora, Sheila Macedo Soares, as informações passadas durante a visita vão contribuir para melhorar as ações na comunidade.  “A nossa comunidade sofre muito com  o lixo. A partir de agora, a gente vai trabalhar a separação e o descarte adequado desse material, para ele não parar nos igarapés e nem na mata”, garantiu.

Leandro Toledo, diretor municipal de Educação Ambiental, alerta que tão importante quanto receber as informações, é colocá-las em prática e repassar para os outros moradores da comunidade. “O nosso objetivo é que todos sejam multiplicadores dessa ideia. A partir dessa aula, desse conhecimento, que eles possam ter uma postura diferente, com atitudes que possam contribuir com o meio ambiente”, ressaltou.