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Família que Acolhe: Mães relatam benefícios que o programa oferece à criação dos filhos

O programa já alcançou cerca de 12 mil beneficiárias. São histórias que se cruzam, em meio aos benefícios que o programa proporciona às mulheres, filhos e suas famílias.

Por Ceiça Chaves

03/09/2018

Desde 2013, a Prefeitura de Boa Vista, através do Programa Família que Acolhe, vem transformando vidas e trazendo conceitos inovadores no cuidado com a primeira infância. O programa já alcançou cerca de 12 mil beneficiárias. São histórias que se cruzam, em meio aos benefícios que o programa proporciona às mulheres, filhos e suas famílias.

Uma destas histórias é a da cabeleireira Daniella dos Santos, 28 anos, moradora do Cidade Satélite e mãe de três filhos: João Vitor de 9 anos, Maria Rebeca de 2 anos, e o caçula José Miguel de apenas um mês. Ela se tornou mãe cedo. Engravidou do primeiro aos 17 anos. Ainda uma menina, como ela define, só tinha sua mãe para orientá-la sobre os cuidados com o bebê.

“Foi um susto a minha primeira gravidez. Infelizmente, na época ainda não existia o Família Que Acolhe e não tive o acompanhamento necessário que hoje tenho com a Rebeca e agora com o José Miguel. No FQA, aprendemos tantas coisas importantes. Na gravidez do João Vitor, só ia no posto para a puericultura ou quando o neném estava doente. Nada mais”, declarou Daniella.

Ela disse também que, praticamente, não cuidou do João Vitor, pois como morava com a família, sua mãe foi quem a ajudou na criação do menino. Foi ela quem deu o primeiro banho, limpou o umbigo. Já na segunda gestação, ela começou a participar do FQA e até hoje participa de duas palestras mensais.

“O FQA é um programa completo que ajuda as mãezinhas que precisam, como eu. Participo de tudo, das palestras. Meus filhos têm atendimento com especialistas médicos, ultrassom fiz todos lá, o planejamento familiar, recebo o leite da Rebeca e a vaga na creche que já está garantida para ela. Eu digo que eu aprendi a ser mãe com a minha segunda gestação e com a ajuda do FQA, que me ensinou praticamente tudo que eu não sabia, mesmo já tendo meu segundo filho”, disse.

Mães que participam dos encontros aprendem a importância do vínculo familiar

Outra história é a da dona de casa Ivana Reis, 28, que cria cinco filhos com muita dedicação e empenho e não perde um encontro de mães do FQA. Os filhos mais velhos Kauan, de 8 anos, e Guilherme, de 7 anos, não tiveram a mesma oportunidade de criação em que estão desfrutando as gêmeas Anna Caroline e Anne Carolaine, 3 anos, e a recém-nascida, Ayla Beatriz, de um mês.

Ivana relatou que teve uma vida difícil com os dois primeiros filhos. Sua jornada como mãe começou aos 20 anos quando ela engravidou do Kauan e logo em seguida veio o Guilherme. Com duas crianças ainda muito pequenas, Ivana teve dificuldades na criação, que se baseava mais nos conceitos que achava certo e pelos conselhos das pessoas, do que, eventualmente, o que especialistas recomendavam.

“A melhor coisa que eu fiz foi participar do FQA, porque eles nos acompanham desde a gestação, nos ensinam passo a passo como devemos cuidar dos nossos filhos, a aceitar as mudanças do nosso corpo, as sensações da gravidez, como o bebê cresce dentro da gente. E tudo isso contribuiu muito durante a gestação das gêmeas. Além disso, eles incentivam a amamentação como fortalecimento dos vínculos entre mãe e filhos, e isso eu consigo perceber de uma forma completamente diferente hoje em dia”, disse.

Hoje as gêmeas estão na Casa Mãe Tia Dulce e Tia Hérica. E a Ayla sendo acompanhadas mensalmente nos encontros do Família Que Acolhe. “Uma das coisas que aprendi foi a amamentar corretamente, aprendi que a leitura cedo estimula a inteligência da criança. A creche também é um grande aliado da educação. Se eu tivesse tido essa experiência com meus primeiros filhos, com certeza eu teria evitado muitas frustrações, impaciência. Para mim é um projeto maravilhoso”, ressaltou.

Encontros abordam o desenvolvimento saudável do bebê e os vínculos familiares

Para ter direito aos benefícios do Programa Família que Acolhe, a beneficiária deve ter, no mínimo, 70% de participação nos encontros mensais, que ocorrem conforme a idade gestacional e a idade das crianças. Em todos os encontros são abordados assuntos relacionados ao desenvolvimento saudável do bebê, fortalecimento do vínculo afetivo e desenvolvimento da primeira infância.

Além do enxoval para as gestantes no final da gravidez, são ofertados também serviços na área de saúde, como marcações de consultas, exames, atendimentos com pediatras, enfermeiras, assistentes sociais, psicólogas, planejamento familiar e muito mais.

Cada beneficiária tem a oportunidade de participar de aproximadamente 30 encontros a contar da data de realização do cadastro, enquanto gestante, até o bebê completar dois anos de idade. Após este período, dependendo da assiduidade no programa, a criança já é encaminhada para as creches municipais.