SUSTENTABILIDADE - Prefeitura recolhe mais de 2 mil embalagens vazias de agrotóxicos
Nesta 2ª edição foram disponibilizados quatro pontos itinerantes na zona rural do município

Por Walquiria Domingues
28/10/2021 - Última atualização 28/10/2021
O cuidado com o meio ambiente é feito com responsabilidade e planejamento em todas as áreas, tanto na cidade quanto no campo. Pensando nisso, a Prefeitura de Boa Vista promoveu nos dias 26 e 27 de outubro o recolhimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas, com o objetivo de facilitar a devolução e a destinação correta das embalagens.
Em todo o estado, somente a capital faz parte do sistema “Campo Limpo”, uma ação conjunta com Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV) e a Associação das revendas de agroquímicos do estado de Roraima (ARAERR).
Mais de 2 mil embalagens foram recebidas. A campanha teve sua primeira edição em 2020, com o recolhimento de 405 embalagens, e será realizada anualmente por meio da Secretaria Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas (SMAAI).
“Para o agricultor essa coleta facilita para que ele não tenha que se deslocar até a cidade, evitando também a contaminação do lençol freático, cursos de água, animais e até moradores com resíduos destas embalagens”, disse o secretário Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas, Guilherme Adjuto.
Em 2021, foram disponibilizados quatro pontos de coleta na zona rural no município, no P.A Nova Amazônia, P.A Nova Amazônia I (Associação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais em Regime Familiar, ASSTRF-PANA), Vila do Passarão (Associação dos Produtores Rurais ) e no Bom Intento (Centro de Difusão Tecnológica – CDT).
O produtor José Carlos Sauruk, participa pela primeira vez da campanha e já aprovou a ação. “É muito importante que todos tenhamos essa preocupação com o meio ambiente e com o descarte adequado”, afirmou.
A supervisora do INPEV, Edilene Araújo, explica que no ato da entrega das embalagens é feito o cadastro dos agricultores, que também recebem cartilhas com orientações sobre o armazenamento e descarte correto das embalagens.
“A ação desse ano foi muito produtiva e superou as expectativas, com recebimento de mais de 2 mil embalagens, inclusive com a participação de produtores de outros municípios”, disse.
Campo Limpo – Com a expansão da fronteira agrícola e a modernização do cultivo, cresce também a utilização de insumos como defensivos agrícolas. Sem a gestão dos resíduos daí resultantes, certamente haveria impacto ambiental. Quando as embalagens são abandonadas no ambiente ou descartadas inadequadamente, podem contaminar o solo, as águas superficiais e os lençóis freáticos. Há ainda o problema da reutilização sem critério das embalagens, que coloca em risco a saúde de animais e das pessoas.
Lavagem das embalagens – A legislação brasileira determina que todas as embalagens rígidas de defensivos agrícolas devem ser lavadas com o objetivo de evitar a sua contaminação com produto residual. Além disso, os procedimentos de lavagem, quando realizados durante a preparação da calda, evitam desperdício do produto e reduzem riscos de contaminação do meio ambiente. A lavagem é indispensável para a reciclagem posterior do produto e deve ser feita conforme norma específica.
Cerca de 95% do material recebido pelo Sistema pode retornar ao ciclo produtivo como matéria-prima de outros produtos. Isso corresponde ao percentual médio de embalagens passíveis de reciclagem: embalagens plásticas laváveis que tenham sido corretamente lavadas após a utilização no campo, as de papelão e as metálicas. As embalagens não laváveis (cerca de 5% do total comercializado) e aquelas que não foram devidamente lavadas pelos agricultores são encaminhadas para incineradores credenciados.
Fotos: Katarine Almeida https://bit.ly/3GvgSYX