A Escola Municipal Palmira de Castro Machado, no bairro Araceli Souto Maior, é destaque quando o assunto é inclusão social. Isso porque, desde o início do ano, professoras da unidade desenvolvem o projeto “Sala de Recursos Multifuncionais, Ludicidade, Alfabetização e Tecnologia na Escola”, voltado exclusivamente para alunos com Necessidades Educacionais Especializadas (NEEs).
O projeto foi elaborado pelas professoras Ana Carolina Félix, Ângela Lopes e equipe gestora. A ideia é promover atividades com o auxílio de materiais pedagógicos, como jogos e dinâmicas, que contribuam para o desenvolvimento de funções cognitivas e motoras dos participantes.
A cada dois meses, pais e alunos vão até a escola recolher o chamado ‘kit pedagógico’ que será utilizado durante as atividades diárias feitas em casa, tendo em vista as aulas remotas por conta da pandemia.
A maioria dos materiais utilizados para a confecção dos jogos e demais itens é reciclável, a exemplo de papelão, latinhas, garrafas-pet e outros. Na escola são atendidas cerca de 18 crianças, com idade entre 4 e 11 anos, que apresentam deficiências como baixa visão, surdez e limitações motoras.
Suelen Oliveira é mãe do Rafael, de 6 anos. Ele tem baixa visão e é um dos alunos contemplados desde o início do projeto. Suelen afirmou que já sente diferença no desenvolvimento do filho.
“Sinto que o Rafael evoluiu bastante. Ele está super empolgado em realizar as atividades por conta do material que as professoras preparam. É um atrativo. Esse apoio é essencial, porque sozinha não conseguiria elaborar algo que contribuísse, de fato, para melhora dele”, contou.
Talita Trajano também reconhece na filha Sofia muitos avanços. Ela contou que a filha possui epilepsia benigna e lapsos de memória. “Descobri a doença há cerca de dois anos e no início ela tinha muitos dores, muitas crises epiléticas e após começar as atividades na escola, ela apresentou uma melhora significativa, principalmente relacionadas à memória”, disse.
“SUPER LIKE” – Outro detalhe importante do projeto é o acompanhamento diário dos alunos. Em um grupo de WhatsApp, pais e professores interagem sobre as atividades e recebem toda orientação e apoio necessário.
Durante as tarefas, assim como após a conclusão das atividades, são enviadas fotos ao grupo. Essas imagens vão direto para o mural do “Super Like”, instalado logo na entrada da Escola e funciona como “rede social”. As fotos são trocadas toda a semana.
De acordo com a coordenadora da unidade, Regina Damaceno, trata-se de um simples detalhe, mas que faz toda diferença na vida dos alunos e familiares. “O mural é importante pois é mais uma ferramenta de incentivo aos pais e principalmente às crianças que, ao se verem ali, ficam felizes e os pais orgulhosos”, explicou.
A coordenadora explica ainda a relevância do projeto para o desenvolvimento da educação inclusiva, ressaltando também o fortalecimento dos vínculos familiares. “O que é mais importante para nós hoje, como escola, é trabalhar, de fato, a inclusão desses alunos, junto a atividades e dinâmicas que desenvolvam suas especificidades. Além disso, eles ficam mais próximos da família”, disse.