Mais uma vez, Boa Vista aparece com destaque em um ranking nacional. E dessa vez, é a edição 2023 do Índice de Cidades Empreendedoras (ICE), desenvolvido pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap), que colocou a capital roraimense entre as dez melhores – saltando de 46ª para a 6ª colocação –, sendo a 1ª da lista de Melhor Cultura Empreendedora do país.
O relatório apresenta a classificação geral e sete rankings, em áreas determinantes para o desenvolvimento do ambiente de negócios: Ambiente regulatório; Infraestrutura; Mercado; Acesso a capital; Inovação; Capital humano e Cultura Empreendedora.
Boa Vista está entre as três cidades que mais ganharam posições no último ano, ao lado de Brasília (DF) e Aparecida de Goiania (GO). Além disso, figura em 7º lugar no ranking de Mercado, concorrendo com municípios ricos e polos industriais como Niteroi, Jundiaí, Camaçari, Caxias do Sul, São Bernardo do Campo, sendo o único município da região norte nessa lista.
Nos últimos dois anos, a atual gestão implementou diversas ações que convergem com os resultados da pesquisa, que envolvem tanto a desburocratização dos serviços públicos municipais, melhorias na infraestrutura e até investimentos na formação de novos empreendedores.
“Boa Vista vem sendo beneficiada nos últimos anos graças a uma gestão comprometida com o desenvolvimento sustentável e com a qualidade de vida das pessoas. Todo o trabalho feito no planejamento urbano, as práticas inovadoras acabaram por servir de atrativo aos negócios, contribuindo com o fortalecimento de uma cultura empreendedora na cidade”, destacou o prefeito Arthur Henrique.
Desde 2013, a prefeitura tem firmado parcerias importantes, como o Sebrae-RR e outras instituições do sistema “S”, para o desenvolvimento dessas políticas. É o caso da Agência Municipal de Empreendedorismo (AME), criada em junho do ano passado e que atende a autônomos com empreendimento comprovado e microempreendedores individuais (MEI) que tenham interesse em adquirir uma linha de crédito junto ao órgão municipal, no valor de R$ 3 mil.
Dede o ano passado, já foram liberados mais de 350 linhas de créditos e outras 105 ainda estão em andamento. Para receber os recursos, os beneficiados passam primeiro por uma visita social, curso de educação financeira e aprovação de cadastro aprovado pelo Comitê de Crédito. Logo, são acompanhados por uma equipe técnica. O empréstimo oferecido não tem juros e é dividido em doze parcelas, com carência de 60 dias.
“A AME segue com esse perfil e missão de incentivar os negócios na cidade, capacitando e orientando o pequeno empreendedor. Através da execução de programas de educação empreendedora, apoio ao microcrédito, estamos preparando as pessoas para a vida moderna, com educação, informação e comunicação”, Luciana Surita.
DESCOMPLICA – E é claro, para que uma cidade tenha êxito com suas iniciativas empreendedoras, é necessário um ambiente com o mínimo de burocracia possível. E é justamente nisso que Boa Vista também se destaca através do programa Descomplica, que incentiva a geração de novos empregos e minimiza os tributos municipais.
Não à toa, Boa Vista aparece bem avaliada em outro ranking, elaborado pela consultoria Urban Systems, estando entre as 10 melhores cidades brasileiras para fazer negócios na área comercial. O município aparece à frente de outras capitais, como Palmas (TO), Vitória (ES), Porto Velho (RO) e até Belo Horizonte (MG), de um total de 100 analisadas.
“Através do Descomplica, a prefeitura se aproxima ainda mais do microempreendedor. E através da parceria que há com o Sebrae desde 2013, nós capacitamos nossa equipe da melhor forma. Além disso, também temos a Sala do Empreendedor, onde estes têm um atendimento exclusivo. E o alvará é liberado de imediato para o microempreendedor. Com tudo isso, o município vem facilitando toda essa logística para que o empreendedorismo se desenvolva mais em Boa Vista”, disse o secretário municipal de Finanças, Márcio Vinícius.
E Boa Vista também é a capital brasileira com maior liberdade para trabalhar. Ao dispensar alvará para 940 atividades de baixo, o Instituto Liberal de São Paulo (ILISP) comprovou que foi esta iniciativa que tornou a capital roraimense com mais atividades dispensadas do Brasil, garantindo maior autonomia para quem desenvolve atividade econômica no município.
Além disso, o município criou o Programa de Implantação do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) Único, através do Decreto 008/E , que implementa o número do CNPJ como principal código de acesso aos serviços da Secretaria Municipal de Economia, Planejamento e Finanças (SEPF).
Empreendedorismo começa no social
Como parte da política de formação de novos empreendedores, a prefeitura reforça nos projetos sociais essa visão de cultura empreendedora. O Projeto Crescer é um bom exemplo. Atualmente, 242 jovens entre 15 a 21 anos de idade aprendem uma profissão.
O projeto foi criado em 2001, é composto pelas oficinas de Serigrafia e Personalizados, Artefatos de Madeira e MDF, Design de Corte e Costura, Oficina de Educação Ambiental e Compostagem, Oficina de Panificação, Inclusão Digital, Educação e Sinalização para o Trânsito.
Tudo o que produzem é comercializado por eles próprios, através da Cooperativa Social do projeto. Esta é uma forma da prefeitura incentivá-los a ter uma visão empreendedora com atividades profissionalizantes que ajudam os alunos a terem uma percepção de mercado de trabalho, questões educacionais e sociais.
O Ranking – Produzido pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) desde 2014, o ranking analisa mais de 100 municípios – os mais populosos –, organizados de acordo com as melhores condições para empreender. É avaliado o engajamento na atividade empreendedora, incluindo o conhecimento sobre os processos de abertura de empresas.
A ferramenta de buscas utilizada foi o Google Trends e os maiores engajamentos em tópicos de pesquisas na internet sobre empreendedorismo foram registrados em Boa Vista, Macapá e Palmas.