Saúde

GESTÃO QUE TRANSFORMA - “Minha filha chorou ao ouvir pela primeira vez”, diz mãe de criança beneficiada com aparelho auditivo

Programa “Viver Sem Limites” já atendeu mais de 55 crianças na atual gestão

Por Jaqueline Pontes

16/08/2023 - Última atualização 16/08/2023

O programa “Viver Sem Limites”, implementado pela Prefeitura de Boa Vista, foi criado para melhorar o desempenho escolar e proporcionar qualidade de vida a crianças com deficiência auditiva. Após acompanhamento com o otorrinolaringologista, no Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA), 55 pacientes, com idades entre dois e 14 anos, já receberam aparelhos auditivos para que tenham a oportunidade de ouvir os sons emitidos pelo mundo.

Após sofrer um acidente, aos dois anos de idade, a pequena Jerimar Naar perdeu parte da audição. Hoje, aos nove anos, a menina recebeu o aparelho auditivo da prefeitura e passa por adaptação com o dispositivo, acompanhada por fonoaudiólogo e fisioterapeuta, além de um médico otorrinolaringologista.

Há quase um mês usando o dispositivo, a vida da pequena mudou completamente, desde algo simples, como assistir televisão em alto volume, à socialização com os amigos. Com lágrimas nos olhos, Paola Gonzalez, mãe da beneficiária, relembra a primeira vez que a filha colocou o aparelho auditivo e ouviu com nitidez.

“No momento em que a médica colocou o aparelho e perguntou se ela estava ouvindo, a minha filha teve uma crise de choro e eu chorei junto. O meu maior sonho era que a Jerimar ouvisse. O único sentimento que eu consigo ter é de gratidão à prefeitura”, declarou.

 

Mãe e filha vivem novas experiências

 

Anseio pelos sons

Emocionada, a jovem mãe afirma que nunca imaginou que conseguiria ver a filha usando um aparelho auditivo, devido ao alto custo do dispositivo e os pais não terem condições financeiras para proporcionar essa experiência à criança. Agora, toda a família segue empenhada em ensinar novas palavras para Jerimar, que anseia ouvir o que o mundo tem a dizer.

“Sabe aquela fase em que os pais começam a ensinar as palavras aos filhos? Estamos vivendo isso com a nossa filha, agora. Se depender dela, ela toma banho e dorme com o aparelho e não tira nunca mais do ouvido. O pai da Jerimar e eu explicamos que tem momentos que ela deve tirar o aparelho para não danificá-lo”, relatou.

 

Com o aparelho auditivo, Jerimar tem descoberto novas habilidades 

 

Novas habilidades

Como um bebê que inicia a pronúncia dos primeiros vocábulos, Jerimar começou a aprender palavras como “mamãe”, “papai”, “avó” e “irmão”. Nesta fase de desenvolvimento de uma nova habilidade cognitiva, a pequena beneficiária vai iniciar acompanhamento no Centro Municipal Integrado de Educação Especial (CMIEE), que funciona por meio de encaminhamento de crianças feito pelas escolas.

A unidade atende outras deficiências e pacientes com autismo. Conta com uma equipe multidisciplinar de pedagogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, psicólogos e fonoaudiólogos.

 

Jerimar é acompanhada por fonoaudiólogo e fisioterapeuta

Rendimento escolar

Estudante da Rede Municipal de Ensino, Jerimar tem atendimento educacional especializado para garantir acessibilidade e plena participação nas atividades pedagógicas.

Antes de receber o aparelho auditivo, a Secretaria Municipal de Educação (Smec) disponibilizou para a família de Jerimar a possibilidade de matricular a criança em uma unidade especializada com ensino em libras. Agora, a adaptação com o dispositivo e o auxílio da linguagem de sinais têm contribuído para melhorar o rendimento escolar da jovem estudante.

“A escola que ela estudava encaminhou para a Secretaria de Educação a dificuldade da Jerimar em ouvir e se comunicar. Os profissionais entraram em contato comigo para falar da disponibilidade de uma vaga para minha filha em uma escola com intérprete em libras. Hoje, ela ama a escola em que estuda, sem contar a atenção de toda a equipe com as crianças”, disse a mãe da beneficiária.