Educação

GESTÃO QUE TRANSFORMA - Pais de crianças autistas celebram evolução dos filhos acompanhados pela Prefeitura de Boa Vista

Na semana em que se comemora o Dia dos Pais (13 de Agosto), conheça histórias de quem luta para garantir a autonomia dos filhos com autismo

Por Marcus Miranda

10/08/2023 - Última atualização 10/08/2023

Quem é pai de uma criança com autismo sabe o quão essencial é o acompanhamento profissional para evolução do filho. Pensando nisso, a Prefeitura de Boa Vista tem investido cada vez mais nessa rede de apoio, que começa nas salas de aula e de Recursos Multifuncionais das escolas, a iniciativas voltadas especificamente para este público, como é o caso do Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista da Rede Municipal de Ensino.

Na semana em que se celebra o Dia dos Pais (13 de Agosto), vamos conhecer histórias de pais que lutam para que seus filhos com autismo se tornem adultos felizes e com autonomia para uma vida independente. Todos os dias eles vestem a roupa de super-herói e embarcam juntos nessa jornada que inclui muito amor, compromisso e, acima de tudo, fé que toda essa dedicação trará bons resultados no futuro.

Há cinco anos, o pai do Pedro mudou os horários do trabalho para acompanhar o filho durante os atendimentos especializados

ABRAÇO DE OURO - Falando em dedicação, o vigia Pedro Nascimento sabe bem o que é isso. Pai do Pedro, de oito anos, aluno com autismo da Escola Municipal Frei Artur Agostini, ele acompanha o filho há, pelo menos, cinco anos. Mudou seus horários de trabalho só para ficar próximo do menino, que hoje é atendido na Sala de Recursos Multifuncionais e no Centro de Autismo.

Além de ser atendido na Sala de Recursos Multifuncionais da escola, Pedro também conta com atendimentos no Centro Municipal de Autismo

“Quando ele tinha dois anos de idade, os professores da escola notaram que ele ficava muito agitado, passando por baixo e por cima das cadeiras, das mesas e não conseguia prestar atenção na aula. Na época, ele foi diagnosticado com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Porém, com cerca de três anos de idade recebeu o diagnóstico de autismo”, disse.

"Ver ele hoje com essa segurança para abraçar é um dos pontos que mais me emociona", afirmou o pai do Pedro

Desde então, já são ao menos cinco anos de acompanhamento profissional e conforme o Pai, os resultados positivos são nítidos. “Antes ele não podia ouvir som alto, não conseguia receber o abraço de ninguém, nem mesmo o meu. Ver ele hoje com essa segurança para abraçar é um dos pontos que mais me emociona. Se tornou uma criança muito melhor para nós, família e para a sociedade”, explicou.

Pedro Filho também é atendido na Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) do Mecejana, bairro onde mora. Por lá, ele integra o Programa Conviver e faz uma série de atividades que contribuem para o seu processo de socialização e inclusão social.

"A gente observa o Daniel, ele é carinhoso, sorri, abraça e vemos que isso é resultado da relação dele com a escola e com o Centro", afirmou o pai, Paulo Cruz

RECIPROCIDADE – Quem também é puro orgulho do filhão é o cuidador Paulo Cruz, pai do Daniel Francisco, de 6 anos, aluno com autismo atendido na Escola Municipal Pequeno Polegar. Daniel recebeu o diagnóstico de autismo com cerca de quatro anos e, assim como Pedro, é acompanhado tanto na Sala de Recurso Multifuncional, como também no Centro de Autismo.

Porém, Daniel sempre teve o privilégio de, em casa, ser acompanhado pela mãe, que é professora da área de Educação Especial e pelo pai, cuidador. Paulo afirmou que mesmo com a experiência de ambos, o suporte de outros profissionais é essencial para a evolução do filho.

“Sem terapia a criança não desenvolve", contou o Pai do Daniel

“Sem terapia a criança não desenvolve. E quando falamos em poder público, sabemos que quem mais se dedica para esta causa é a Prefeitura de Boa Vista. A gente observa o Daniel, ele é carinhoso, sorri, abraça e vemos que isso é resultado da relação dele com a escola e com o Centro. É sinal de que nos locais onde ele é atendido, tem recebido carinho”, afirmou.

A Rede Municipal de Ensino conta, atualmente, com 1.601 alunos considerados público-alvo, entre crianças com deficiência física, intelectual, auditiva ou visual e alunos com altas habilidades

EDUCAÇÃO ESPECIAL – Pedro e Daniel estão entre os 793 autistas atendidos, atualmente, na Rede Municipal de Ensino, que conta com 1.601 alunos considerados público-alvo, entre crianças com deficiência física, intelectual, auditiva ou visual e alunos com altas habilidades. Para isso, Boa Vista conta com 138 professores especialistas em educação especial, que além dos atendimentos ofertados, desenvolvem diversos projetos em parceria com a comunidade escolar.

O TIX Letramento é uma ferramenta pedagógica utilizada nas Salas de Recursos Multifuncionais, auxiliando no desenvolvimento de funções motoras e cognitivas das crianças

ATENDIMENTOS ESPECIALIZADOS – O Centro reforça o trabalho já desenvolvido na Educação Especial do município, por meio do Atendimento Educacional Especializado (AEE). Esses atendimentos acontecem nas Salas de Recursos Multifuncionais, disponíveis em 67 escolas da rede, assim como no Centro de Autismo e no Centro Municipal Integrado de Educação Especial (CMIEE).

No CMIEE crianças com autismo, além de alunos com deficiência recebem atendimentos especializados em diversas áreas

É importante destacar que as unidades funcionam mediante encaminhamento da própria escola, que faz um requerimento contendo um relatório sobre a necessidade daquele aluno receber atendimento especializado. Após esse procedimento, os profissionais entram em contato com a família para efetivação da matrícula.