Dez escolas de Boa Vista foram contempladas com o projeto “Laços Educativos”, uma parceria da prefeitura com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Universidade Federal de Roraima (UFRR) e o Instituto Pirilampos. Durante seis meses de ações, o projeto promoveu práticas pedagógicas de alfabetização e letramento para alunos em situação de vulnerabilidade. Nesta quinta-feira, 28, professores e bolsistas apresentaram os resultados da prática educativa na Escola Municipal Newton Tavares.
A secretária adjunta de Educação e Cultura, Meyre Jane Gomes, ressaltou a importância do projeto para o fortalecimento da inclusão e aprendizado dentro das unidades de ensino. “Favorecendo a aprendizagem dos alunos e promovendo o respeito pela diversidade, a ação proporciona um olhar individualizado para os alunos. Estamos muito felizes com os resultados alcançados, é nítido a evolução das crianças. Ver o impacto positivo no aprendizado delas nos enche de orgulho”, contou.
A ação registrou mais de 16 mil atendimentos a crianças e adolescentes, entre o 1º e o 5º ano. Sendo identificados 348 alunos com idades entre 12 e 17 anos apresentando distorção idade/série. Durante a execução, estes jovens receberam suporte específico por meio do projeto.
“Unimos forças para trabalhar de maneira mais intencional, com o objetivo de dar um apoio pedagógico ainda mais direcionado às crianças que estavam com dificuldades, principalmente na área da alfabetização e leitura. Além do desenvolvimento cognitivo, conseguimos reduzir os preconceitos no ambiente escolar e uma maior integração entre os alunos”, compartilhou a pedagoga da Escola Newton Tavares, Danielle Varjão.
PROJETO LAÇOS EDUCATIVOS
O projeto foi lançado em resposta ao aumento do fluxo de alunos migrantes desde 2017. Tem como objetivo promover a alfabetização e o letramento de crianças em situação de vulnerabilidade, criando um ambiente escolar inclusivo que valorize a diversidade cultural.
Entre os meses de maio e novembro de 2024, 30 estudantes da UFRR, dos cursos de Pedagogia, Letras e Artes, participaram de atividades pedagógicas supervisionadas. Cada grupo, composto por três bolsistas, atuou em uma escola, desenvolvendo atividades lúdicas e acolhedoras. O projeto também é base essencial para a construção de escolas bilíngues e inclusivas em Boa Vista.
“Reconhecer a presença de uma segunda língua no cotidiano escolar é valorizar essa riqueza no processo de aprendizado. É uma forma da comunidade escolar se aproximar dela de forma mais natural e fazer isso no Ensino Fundamental, enquanto crianças ainda estão passando pelo processo de alfabetização”, explica Nayana Goes, chefe em exercício do UNICEF em Roraima.
Rikaelle Magallanez, bolsista do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Roraima, compartilhou como a experiência proporcionou enriquecimento acadêmico para sua conclusão de curso. “Consegui observar as estratégias utilizadas pelos professores em sala de aula, me ajudando a entender como posso aplicá-las no futuro, além de proporcionar uma ótima experiência do que é ensinar de forma lúdica e inclusiva em sala de aula. O projeto foi uma grande oportunidade de aprendizado, espero contribuir com o que aprendi com meus futuros alunos”, contou.