Agricultura

Colheita de milho fortalece agricultura familiar com apoio da prefeitura nas comunidades indígenas

Produção ultrapassa expectativas, valoriza a cultura originária, além de garantir renda e segurança alimentar para as famílias agricultoras

Por Jaqueline Pontes

há 5 horas

Marcada pelo trabalho coletivo, a colheita de milho seco nas comunidades indígenas representa um momento de importância cultural e alimentar. Diante dos benefícios da produção agrícola para as famílias, o apoio da Prefeitura de Boa Vista ocorre em todas as etapas do processo de cultivo, como plantio, preparação do solo, aquisição de sementes e insumos.

 

Colheita tem ocorrido nas comunidades indígenas do município

 

Na comunidade indígena Lago Grande, localizada na região do Baixo São Marcos, as famílias agricultoras colheram cerca de 160 sacas de milho, com o apoio de técnicos agrícolas e colheitadeiras da prefeitura. De acordo com o prefeito Arthur Henrique, o município destina políticas públicas para a agricultura familiar e investe na sustentabilidade ambiental, social e econômica do município.

 

Máquinários da prefeitura entram em campo

 

“Esse trabalho reforça o compromisso da nossa gestão em apoiar a agricultura familiar e valorizar as comunidades indígenas, que têm papel fundamental no desenvolvimento sustentável do nosso município. Com o incentivo da Prefeitura de Boa Vista garantimos não apenas o fortalecimento da produção local, mas também a geração de renda e segurança alimentar das famílias”, disse.

Superação de plantio e colheita

 

Milho é uma das culturas cultivadas nas comunidades

 

A prefeitura plantou 865 hectares de milho no município, sendo 105 hectares nas comunidades indígenas. A colheita já está em andamento e deve ser concluída na segunda quinzena de outubro. Neste ano, a produção nas áreas indígenas deve ultrapassar 600 toneladas de grãos, além de a área cultivada ter superado as expectativas dos produtores e técnicos de Boa Vista.

 

Cerca de 160 sacas foram colhidas

 

Com relação a produtividade observada nas áreas já colhidas, a marca alcançou índices iguais ou superiores a 6 toneladas por hectare, o que equivale a uma média de 120 sacas de 50 kg por hectare. Sidney Tavares, 2º tuxaua da comunidade Lago Grande afirma que o investimento da prefeitura tem proporcionado um aumento significativo na lavoura indígena.

 

2º tuxaua da comunidade Lago Grande, Sidney Tavares, participou da colheita

 

“Há 30 anos, o nosso povo produzia tudo de forma manual, no machado e com enxada em mãos. Claro que o tamanho da área de produção era bem menor, mas hoje, a Prefeitura de Boa Vista olha com carinho para a comunidade e o nosso trabalho recebe apoio técnico e de alta tecnologia aqui dentro. Neste ano, a gente aumentou o plantio e a expectativa é ampliar cada vez mais”, destacou.

Mulheres no campo

 

Toda a comunidade participa do processo

 

Unindo força, cuidado e inovação no trabalho diário, as mulheres são protagonistas no campo, impulsionando a produção agrícola. Meirejane Lima, coordenadora das Mulheres Agricultoras da Comunidade Lago Grande, relata que o apoio da prefeitura tem proporcionado independência financeira para os produtores, além de incentivar as lavouras comandadas pelas mulheres.

 

Após colheita, o produto foi pesado

 

“Os técnicos sempre veem nos acompanhando desde o início do plantio, com a adubação até agora, na colheita. A comunidade sempre esteve preocupada com a qualidade da produção e garantiu que o resultado fosse positivo. No início de tudo, a gente não sabia como trabalhar em grande proporção porque nós indígenas nunca tínhamos cultivado hectares. Era apenas um pedaço de linha, mas hoje, a realidade é outra”, apontou.

 

Mulheres agricultoras participaram da colheita

 

Colheita envolve todas as idades

Essa prática fortalece a autonomia produtiva da comunidade e valoriza a agricultura sustentável, transmitida de geração em geração como parte essencial do modo de vida indígena. Durante a colheita, adultos, idosos, jovens e crianças participam ativamente do processo de colheita. Considerado dia de festa, as aulas das crianças são diferenciadas, pois todos são encaminhados para a lavoura, método para garantir a sucessão familiar.

 

Crianças também marcaram presença

 

Quem trabalhou por anos no campo também não ficou de fora, claro, agora em um ritmo mais lento, mas com muito a ensinar aos jovens. É o caso dos idosos que também são inseridos no processo. Nelcia Paixão, 73 anos, esteve a vida toda na roça e marcou presença na colheita. No rastro da colheitadeira, a idosa resgatou as espigas de milho que ficavam para trás e garantiu 100% de aproveitamento.

 

Nelcia Paixão, 73 anos, garantiu alimento para os animais

 

“Estou catando o milho para dar para as galinhas e para os porcos. Assim, a gente aproveita tudo e não estraga nada. Eu cresci trabalhando na roça. Desde que eu nasci, com a enxada nas mãos, fazendo farinha e tapioca. Agora eu estou velha e cansada e não tenho mais forças para trabalhar o dia todinho. Hoje, eu sou aposentada, mas meu dinheirinho não dá para comprar bastante comida para os animais”, contou.

 

Apoio da prefeitura segue em todas as etapas de produção