Nesta sexta-feira, 14, o Tribunal de Justiça de Roraima certificou 120 alunos da Escola Municipal Maria Gonçalves Vieira que participaram do projeto “Maria Vai à Escola”. A solenidade aconteceu no auditório do Fórum Advogado Sobral Pinto. A parceira com a Prefeitura de Boa Vista existe desde 2015 e a iniciativa já beneficiou 4.703 alunos de 44 escolas municipais.
Por meio da iniciativa são abordados temas como direitos humanos, igualdade de gênero, diversidade étnica e a problemática da violência doméstica e familiar contra a mulher. Com uma metodologia dinâmica, a ação estimula reflexões e incentiva os alunos a expressarem suas opiniões baseadas em suas vivências.
Educação como ferramenta de transformação
A secretária municipal de Educação e Cultura, Consuêlo Sales, destacou a importância dessa parceria para a rede municipal. Segundo ela, o projeto vai além do ambiente escolar, influenciando diretamente a sociedade.
“O Maria Vai à Escola tem um impacto real na vida dessas crianças, ajudando a formar cidadãos mais conscientes. Elas se tornam verdadeiras disseminadoras de informação e agentes de transformação. Esse conhecimento pode salvar vidas, pois muitas dessas crianças vivem em lares onde a violência ainda é uma realidade, e agora sabem identificar os sinais e buscar ajuda”, explicou.
Impacto multiplicador na sociedade
A juíza do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) e conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Dra. Renata Gil, também participou do evento e ressaltou a relevância do projeto.
“O impacto dessa iniciativa é multiplicador. Os dados mostram que a violência contra a mulher acontece muitas vezes na frente dos filhos. Ensinar essas crianças a identificar os diferentes tipos de violência e onde buscar ajuda é fundamental. Aqui em Boa Vista, vi um trabalho muito bem estruturado, que realmente planta sementes para um futuro melhor”, afirmou.
Alunos protagonistas da mudança
Entre os estudantes certificados, a experiência foi transformadora. Jhulya Angel, de 10 anos, conta que no início achava que seria uma atividade comum, mas logo percebeu a importância do projeto.
“Eu amei! No começo eu achava chato, mas depois fui entendendo a importância. Aprendi sobre a Maria da Penha e o símbolo do X na mão, que é um pedido de ajuda. Agora sei que quanto mais pessoas souberem disso, mais gente poderá ser ajudada”, falou.
Para Antony Ryan, também de 10 anos, o projeto trouxe um novo olhar sobre os direitos humanos. “Aprendi muito sobre a Lei Maria da Penha e os tipos de violência. Agora sei identificar quando alguém está pedindo ajuda e como posso contribuir para um mundo melhor”, contou.
Beatriz Oliveira, também estudante do 5º ano, destacou como levará esse conhecimento adiante. “O que mais me interessou foi aprender sobre a Lei Maria da Penha. Eu acho importante ter esse conhecimento desde cedo, porque posso levar isso para a minha vida e compartilhar com outras crianças no futuro”, compartilhou.
Metodologia envolvente
O projeto conta com uma equipe de dez pedagogas da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC), que garantem que as aulas sejam dinâmicas e interativas. As atividades incluem círculos de diálogo, confecção de cartazes, leitura, teatro, filmes e documentários, proporcionando um ambiente de aprendizado envolvente e significativo.