A Prefeitura de Boa Vista atendeu 300 famílias durante a ação de regularização fundiária promovida neste sábado, 8, na Escola Municipal Nova Canaã. O evento teve como objetivo coletar documentação de moradores dos bairros Nova Canaã e Cambará, que aguardam a legalização de seus imóveis. A iniciativa faz parte do processo de titulação dos lotes situados na Gleba Cauamé, doada ao município pela Diocese de Roraima e intermediado pelo Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR).
Para os beneficiados, a oportunidade representou um momento de grande emoção. A dona de casa Silvéria Maia Gomes, de 75 anos, que reside no Nova Canaã há 36 anos, celebrou a conquista.
“Esse momento é a maior felicidade. Eu sempre tive o sonho de receber o meu título definitivo, porque eu nunca tive condição e hoje sei que vou realizar. Cheguei cedo e fui atendida logo. Hoje é o dia mais feliz da minha vida, com 75 anos vou ter a chance de ganhar o documento da minha casa”, afirmou.
A aposentada Cristina Rodrigues Santos, de 68 anos, moradora do Nova Canaã há duas décadas, também comemorou. “Todos nós esperávamos por esse momento. Para tirar o título a gente corria atrás e não conseguia, ia na prefeitura, no cartório de imóveis, em todo lugar. Estou feliz, porque o único documento que eu tinha era de compra e venda, e agora vou me sentir segura, porque é meu, comprei, paguei e agora eu vou ganhar o título”, declarou.
Osmar Mendes de Souza, de 83 anos, que mora no Cambará há mais de 20 anos, também expressou sua satisfação. “Esse é um momento de alegria, porque a gente esperava, mas não tinha ideia de quando sairia. É um sonho que vou realizar agora, se Deus quiser. Com o título na mão, eu sei que estará tudo legalizado”, disse.
A diretora do Departamento de Regularização Fundiária da Empresa de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur), Larisse Tajujá, avaliou positivamente o evento. “A ação foi um sucesso, atendemos 300 famílias, um número muito bom. Com essa documentação que coletamos hoje, vamos dar início aos processos e, em breve, vamos entrar em contato com esses moradores com o convite para receber os títulos que estarão prontos”, explicou.
O representante da Corregedoria Geral de Justiça do TJRR, Augusto Santiago, afirmou que o Tribunal de Justiça sempre está aberto para as parcerias. "Nossa participação seria na liberação dos emolumentos, talvez até isentando completamente. São pessoas de baixa renda, que precisam desse auxílio. E a gente entende que é necessário fazer com que essas taxas não sejam cobradas na sua integralidade para que possa ser facilitada a concessão do título definitivo, dando a eles a segurança jurídica sobre seus imóveis. Essa é uma ação feita em muitas mãos. Tem a prefeitura, Emhur, a Diocese, o Tribunal de Justiça, o Cartório de Imóveis. Então são muitas instituições envolvidas para trazer o melhor para a população”, disse.
Atendimentos remanescentes - A previsão inicial era atender 400 famílias. Quem não compareceu ainda pode dar entrada no processo de regularização. Entre os dias 10 e 14 de março, das 8h às 12h, esses moradores devem levar a documentação necessária à sede da Emhur para solicitar o início do processo.