Mais que lazer, projetos da prefeitura se tornam espaço de valorização da vida e superação
São eles: Dedo Verde, Coral ArtCanto, Conviver, Crescer, Cabelos de Prata, Rumo Certo e Família que Acolhe (FQA).

Por Karol Holanda
há 23 horas - Última atualização há 2 horas
Os projetos e programas sociais da Prefeitura de Boa Vista não se limitam às atividades do dia a dia ou ao lazer. Neles os integrantes encontram um espaço de acolhimento e apoio. Nesse mês, com campanha Setembro Amarelo, ocorrem ações de voltadas à saúde mental e qualidade de vida, desde a primeira infância até a melhor idade.
Administrados pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SEMADS), os projetos atendem mais de 14 mil integrantes, divididas entre Dedo Verde, Coral ArtCanto, Conviver, Crescer, Cabelos de Prata, Rumo Certo e Família que Acolhe (FQA). Segundo a superintendente de Desenvolvimento Social, Sheyla Santana, durante todo o ano, a prefeitura garante que situações emocionais sejam identificadas e tratadas.

Esse trabalho é feito por equipes psicossociais, compostas por psicólogos, educadores e assistentes sociais que identificam as demandas dos integrantes. Além do acompanhamento individualizado, é feito também orientação e acolhimento no meio familiar através das visitas domiciliares.
“A prefeitura cuida dos integrantes como um todo, valorizando a saúde e a importância da vida. Por exemplo, muitos idosos chegam no Cabelo de Prata com depressão, mas relatam que a convivência e as atividades transformam suas vidas”, disse.
Os integrantes contam com o apoio especializado das equipes psicossociais, desde o acolhimento, passando por visitas familiares e, se for necessário, encaminhamentos à rede de saúde. Para o psicólogo do projeto ArtCanto, Matuzalém Sousa, os projetos são um meio de troca, socialização e resignação de vida.

“O Cabelos de Prata mostra aos idosos que também pensamos neles ao combater a solidão, construir uma rotina ativa e o sentimento de pertencimento. Quando pensamos nos jovens, que possuem alto índice de ansiedade, ações como o ArtCanto oferecem a oportunidade de contatos reais, de expressar sentimentos por meio da música e aprender a trabalhar em grupo”, disse.
Superação e ressignificação entre gerações
Ainda segundo o psicólogo, o que mais aflige os jovens é a ansiedade, resultante do uso de telas, comparações feitas nas redes sociais e o isolamento. Já a melhor idade luta com a constante solidão, falta de rotina, sentimento de inutilidade e falta de contato familiar.
Regina Fernandes, de 64 anos, fez parte dessa realidade e encontrou superação no Cabelos de Prata. Ela entrou no projeto há 5 anos, motivada pela tristeza do luto, após perder dois filhos. Isolada em casa, com insônia e sem apetite, retomou a vontade de viver.

“Perdi dois filhos, um deles para a depressão. Por causa disso, entrei no Cabelos de Prata. Agora me sinto viva de novo e realizada. A atividade que mais gosto e que nunca falto é a dança, de todos os estilos. Fiz amizades e até trouxe para o projeto uma amiga que estava triste em casa e agora também está melhor”, disse.
Nas gerações mais jovens, o cenário não é diferente. A integrante do Dedo Verde Isabelly Emanuelle, de 16 anos, está há quase três participando do projeto. Antes, ela convivia com inseguranças, além de lidar com conflitos familiares. Por meio do apoio e acolhimento da equipe psicossocial, a jovem ressignificou sua vida.

“Tinha muita insegurança, não queria sair de casa, tinha medo do julgamento das pessoas e vivia em conflito comigo. No Dedo Verde, eu consegui me encontrar, perdi o medo, melhorei na escola e comecei a fazer vários cursos. O projeto abriu portas para mim e hoje eu me sinto mais confiante e feliz”, compartilhou.
*Supervisionado por Shirleia Rios