Assistência Social

SETEMBRO AMARELO - Reflexão sobre vínculos reais marca roda de conversa com integrantes do Dedo Verde

A iniciativa levou os jovens a fazerem uma avaliação sobre o excesso de virtualidade, destacando a importância de buscar conexões com o próximo

Por Lucas Aires

há 5 horas - Última atualização há 5 horas

Em uma ação conjunta que une acolhimento e conscientização, o Programa Dedo Verde e estudantes de Psicologia da Universidade da Amazônia (UNAMA), promoveram nesta quinta-feira, 11, um espaço de escuta e reflexão para os integrantes. A iniciativa ocorreu na sede do programa e reforçou a urgência de falar sobre saúde mental e conexões reais, criando um vínculo verdadeiro com as pessoas.

 

"Aqui no programa, todos são acolhidos. Eles têm quem procurar e receber ajuda", destaca Elohana

 

Em um depoimento sensibilizante, a gerente do Dedo Verde, Elohana Carvalho, destacou a importância da parceria estabelecida com os acadêmicos de Psicologia da UNAMA. A ação vai muito além de uma simples colaboração institucional: é um canal de esperança e acolhimento para os integrantes.

"Quanto mais parcerias especializadas recebermos, melhor. Nós sabemos que os nossos adolescentes têm os seus direitos violados e muitos não sabem disso. Temos casos de depressão, falta de cuidado, amor e atenção. Às vezes na vida deles, entendem esse abandono como normal", relatou.

Apoio e acolhimento

Para Elohana, é importante quebrar esse ciclo e mudar essa percepção. Essas iniciativas servem como um farol, mostrando para esses jovens que eles não estão sozinhos. "Aqui no programa, todos são acolhidos. Eles têm quem procurar e receber ajuda. E é esse o nosso papel trabalhando com o social”.

 

"Eles acabam se perdendo e deixando de fazer coisas que gostariam de verdade para ficar muito tempo no celular", explica Raphaela

 

Raphaela Queiroz, jornalista e estudante de Psicologia da UNAMA, integra um grupo de estágio com ênfase no social que tem levado palestras e oficinas a diversos projetos. Segundo ela, a ideia da conversa com os adolescentes, foi trabalhar um tema urgente da modernidade: a qualidade das nossas interações. 

"A nossa proposta é mostrar a importância de conexões reais com as pessoas. Sabemos que a adolescência é uma fase bem complicada, difícil e desafiadora. Eles acabam se perdendo e deixando de fazer coisas que gostariam de verdade para ficar muito tempo no celular, para não prestar atenção ou não olhar no olho do outro que tá falando numa conversa", explicou.

 

"É importante mostrar para os adolescentes que existe vida além do celular", disse Raphaela

 

Raphaela foi enfática ao dizer que o objetivo não é demonizar a tecnologia, mas promover o equilíbrio. "A ideia não é que eles parem de usar o celular, mas que tenham consciência do tempo que passam e comecem a se policiar. É importante mostrar para os adolescentes que existe vida além do celular".

Encontros que mudam vidas

 

 

"Por causa da conversa, quero fazer mais atividades como ir para a academia, participar de roda de capoeira ou lutar Muay Thai", relata Ana

 

Ana Clara, de 16 anos e há dois no Programa Dedo Verde, encontrou na palestra sobre conexões reais um incentivo para superar a timidez e abraçar novas oportunidades. Com entusiasmo, ela compartilhou como a atividade a impactou.

"A dinâmica me ajudou a perceber que às vezes pensamos demais. Vi muita gente que queria participar, mas ficaram com vergonha. É bom se soltar um pouco, criar essa coragem. Por causa da conversa, quero fazer mais atividades como ir para a academia, participar de roda de capoeira ou lutar Muay Thai. Gosto muito de me movimentar, fazer esporte e isso ajuda muito para aproveitar mais a vida”, contou.

 

"Eu vou pensar nessa atividade toda vez que eu sentir falta de alguma coisa, da conexão de conversar com alguém", conta João

 

Com quatro anos de participação no Dedo Verde, o integrante João Paulo, de 17 anos, vê o programa como parte do seu dia a dia. Para ele, a conversa com os estudantes da UNAMA, ressoou como mensagem reflexiva sobre sua própria experiência.

"Passamos grande parte do dia conectados virtualmente, com o celular. Acredito que muitos deles também têm seus motivos, porque às vezes a pessoa pode ser antissocial. Eu vou pensar nessa atividade toda vez que eu sentir falta de alguma coisa, da conexão de conversar com alguém. Também posso ensinar os outros, passando essas informações adiante”, destacou.

*Supervisionado por Shirleia Rios*