SOLETRALIBRAS 2025 - Projeto celebra inclusão, acessibilidade linguística e respeito às diferenças
Iniciativa da Escola Luiz Canará integra o “Setembro Azul”, mês de valorização da cultura surda no Brasil

Por Ráyra Fernandes
há 3 horas
A Escola Municipal Luiz Canará, localizada no bairro Senador Hélio Campos, está promovendo um projeto que une educação e inclusão: o Soletralibras 2025. Em sua 3ª edição, traz como tema “Soletralibras: ultrapassando barreiras da comunicação”, destacando o compromisso da unidade com a educação bilíngue e a valorização da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).
O projeto se insere na programação do “Setembro Azul”, mês dedicado à valorização da cultura surda no Brasil. Em especial, o dia 26 de setembro, conhecido como o Dia Nacional do Surdo, é uma data simbólica que reforça a importância da acessibilidade linguística e do respeito às diferenças.

Segundo a gestora Liana Cláudio, o Soletralibras tem se consolidado como uma ferramenta pedagógica para ensinar noções básicas de LIBRAS e ampliar o contato dos alunos com a lingua de sinais de forma lúdica e interativa. A unidade promove ações que incentivam a convivência e a integração entre alunos surdos e ouvintes desde os primeiros anos escolares.
“O projeto envolve toda a escola, principalmente as turmas com alunos surdos, e é um marco para nós, pois é uma didática diferente que promove o verdadeiro aprendizado da LIBRAS. Atualmente, atendemos nove estudantes surdos e trabalhamos a inclusão diariamente”, disse.

Três etapas para a inclusão
A competição é dividida em três etapas e envolve turmas do 1º ao 4º ano do ensino fundamental. A primeira etapa, já concluída, foi classificatória por turma e utilizou um banco de 40 palavras em LIBRAS. Já na segunda etapa, ocorrida nesta quinta-feira, 25, os melhores alunos (dois por série) enfrentaram desafios com um novo conjunto de 30 palavras mais complexas.
A apresentação foi feita para uma banca de jurados composta por especialistas em LIBRAS. Os alunos deram show de inclusão e aprendizado. Marcos Carvalho, aluno do 3º ano B, contou que ficou ansioso durante a semifinal, mas manteve a calma. “Eu fiquei muito ansioso, mas me mantive tranquilo. Escrevi a palavra direitinho, e sempre que tinha acento, eu colocava”, explicou. O esforço deu resultado, e agora ele avança para a grande final.

Também classificada para a final, a estudante Emanuelly Mendonça, do 4 ano G, comemorou o resultado com entusiasmo. “Foi ótimo! Gostei muito!”, afirmou. Ela contou que se dedicou bastante à preparação. “Treinei à noite e até de madrugada. Estava muito ansiosa, acordei às 5h”, relembrou. Agora, com a vaga garantida na final, ela garantiu que vai continuar se preparando: “Vou treinar bastante!”.
Para a assessora pedagógica, Daniely Padilha, foi uma alegria fazer parte da banca julgadora. Este é o segundo ano que ela participa da competição na escola, e é sempre muito gratificante ver tanto os alunos surdos quanto os ouvintes utilizando LIBRAS com naturalidade.
“O desempenho deles foi maravilhoso! Ver crianças tão pequenas, de seis, sete anos, sinalizando, usando datilologia para se comunicar com os colegas surdos é emocionante. Isso mostra o quanto a inclusão e o aprendizado de Libras estão, de fato, acontecendo dentro das escolas”, contou.

A grande final
A última etapa está marcada para o dia 17 de outubro. Os finalistas demonstrarão suas habilidades em datilologia e nos sinais correspondentes, mostrando que aprender LIBRAS também é um caminho para a empatia e a igualdade.

Confira a Lista dos alunos classificados:
Elder Leonardo Pacheco Santos – 1º ano A
Mathias Alejandro Anzoategui Diaz – 1º ano C
Helena abigail pinto Martins – 2º ano E
Phílipp Nêythan Gomes de Oliveira – 2º ano B
Marcos Emanuel Rocha de Carvalho – 3º ano B
Ryan Agapito Sousa da Silva – 3º ano G
Emanuelly Araújo Mendonça - 4º ano G
Matheus Luigi Souza Santos - 4º ano B